A discussão para definir se vírus são ou não seres vivos existe no meio dos biólogos há longa data. Entre aqueles que não os consideram uma forma de vida, alega-se que eles não possuem sua própria maquinaria de processamento de matéria e energia, e dependem totalmente das células que parasitam para produzirem cópias de si mesmos.
Arshan Nasir e Gustavo Caetano Anollés, da Universidade Illinois, nos Estados Unidos, analisaram os dados existentes sobre a estrutura e o funcionamento das proteínas que formam as cápsulas dos vírus, pois elas se modificam mais lentamente do que o DNA ou o RNA. Isso permite aos pesquisadores analisar a evolução dos vírus ao longo de milhões de anos.
Comparando com proteínas similares existentes em organismos com células, os cientistas concluíram que os vírus derivam de um ancestral que também possuía uma versão de célula. Eles também teriam uma origem muito antiga, mas estariam relacionados com os ancestrais dos organismos celulares atuais. O estudo foi publicado na revista Science Advances em setembro.