Além de qualidades nutritivas, os alimentos funcionais ajudam a prevenir doenças ou a manter a saúde dos indivíduos. Nossa convidada para falar sobre o assunto foi a pró-reitora de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Glaucia Pastore.
A entrevista foi realizada pelos repórteres Simone Pallone e Gustavo Almeida no dia 18 de outubro. Ouça na íntegra clicando no player acima.
A pesquisadora explicou que para um produto alimentício ser comercializado como funcional é preciso que suas propriedades sejam comprovadas em pesquisas. A partir disso, o produto deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre as dicas para os ouvintes apresentadas na entrevista, Pastore explicou que o consumo do alimento integral é preferível ao dos componentes ativos isolados – salvo em casos de indicação médica. O motivo é que o alimento integral tem outros compostos que podem facilitar a absorção e a disponibilidade dos componentes ativos.
Ela ressaltou também a importância da ingestão de frutas e verduras variadas para prevenir e corrigir disfunções metabólicas, conforme tem sido verificado em pesquisas. “É extremamente importante que estejam disponíveis para crianças nas escolas e em casa. São importantes também frente ao envelhecimento da população”, disse.
Ao falar sobre maneiras de aproveitar as características funcionais dos alimentos, a pesquisadora explicou que nem sempre produtos in natura (crus) são mais saudáveis do que aqueles que passaram por algum processamento. Isso acontece porque o processamento, em certos casos, pode eliminar o efeito funcional e, em outros casos, pode intensificá-lo.
O alho cru, por exemplo, tem propriedade vasodilatadora, de redução da pressão arterial. Essa característica se perde com o cozimento. Um contra-exemplo é o tomate: na forma de molho, com o aquecimento, são liberados pigmentos como licopeno oferecendo mais funcionalidades do que o tomate cru. O mesmo ocorre com a cenoura, com sua fervura, o beta-caroteno fica mais disponível.
Em outro momento da entrevista, Pastore também esclareceu que não há estudos conclusivos em relação ao benefício de alimentos orgânicos sobre os convencionais quanto às características funcionais. O diferencial é em relação à presença de resíduos de agrotóxicos. Para a pesquisadora o acesso e disponibilidade de produtos orgânicos deverá ser feito por meio de programas governamentais.
Oxigênio na SNCT
Esta entrevista fez parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016) por meio do projeto “1, 2, Feijão com Arroz, 3, 4, Ciência no Rádio”. Foi uma realização do programa Oxigênio web rádio e podcast por meio do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Web Rádio Unicamp. O projeto contou também com Helena Gomes na produção da vinheta, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da universidade na produção de pautas e conteúdos, e financiamento via Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Governo Federal.
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