A Unicamp anunciou, em janeiro, uma parceria com o Google. Em e-mail enviado a alunos, docentes e professores, a universidade informou que realizava um acordo com a empresa de tecnologia. O objetivo é a disponibilização do pacote de educação Google Apps For Education, com foco em sua principal ferramenta, o Classroom. O software permite que professores compartilhem materiais de aulas e atividades com alunos.
A parceria, que não teve nenhum custo para a universidade, também envolve a disponibilização de e-mail institucional com o domínio “@g.unicamp.br”, uma espécie de gmail institucional. Para isso, os interessados em usar o serviço precisam fazer o login com o usuário e senha do Sistema de Segurança, o SISE.
A decisão gerou preocupação em parte da comunidade acadêmica, e questões como proteção de dados dos usuários e falta de transparência sobre a parceria foram apontadas. Para a pesquisadora da Unicamp Marta Kanashiro, membro da Rede Latino-Americana de Estudos Sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade, a Lavits, a parceria tem diversas implicações que deveriam ter sido discutidas com a comunidade universitária. Um dos pontos citados por ela é a segurança de informações.
Os projetos já existentes citados pela pesquisadora são o TelEduc, desenvolvido pela Unicamp, e o Moodle, ambos softwares de ambientes educacionais digitais livres já disponíveis para a comunidade acadêmica.
Outro ponto que preocupa pesquisadores da universidade é a transparência em relação aos termos de uso da adesão, e como a privacidade dos dados será resguardada. Após ser pressionada, a Unicamp disponibilizou as “políticas de privacidade” da parceria, que ainda se mostram confusas. O pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIEd) da Unicamp, Tel Amiel, aponta contradições no documento.
Questionada sobre o acordo, a assessoria de imprensa da Universidade informou, por meio de nota, que a escolha do Google “seguiu o princípio de estabelecer mais um recurso de apoio ao ensino. A diversidade de áreas de ensino e pesquisa e os diferentes níveis de conhecimento de tecnologia sugere que a Universidade deve colocar à disposição do corpo docente o maior número possível de recursos tecnológicos de apoio às aulas. Cabe ao docente, ou a grupo de docentes, escolher o recurso que lhe for mais adequado”. Para ler a nota na íntegra, acesse www.lavits.org.
E você, aluno, o que acha desta parceria?
A reportagem é de Sarah Schimidt.