As novas tecnologias de realidade virtual e aumentada querem estimular o sistema nervoso de vítimas de acidente vascular cerebral, o famoso AVC ou derrame. Em uma das aplicações do projeto, uma câmera captura a imagem do paciente que tenha uma sequela de AVC, como um braço paralisado, por exemplo. Essa imagem é transmitida para um computador que, por meio de um software, analisa o corpo da pessoa e substitui o membro sem movimento por um braço saudável, criado virtualmente.
O que os pesquisadores do Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN) querem com isso é analisar se e como os padrões cerebrais do paciente vão se alterando com o avanço das sessões, que são espécies de fisioterapias virtuais do sistema nervoso.
A realidade virtual você conhece. Ela se popularizou com o Kinect, aquele sensor do videogame Xbox. E é exatamente o mesmo sensor que os pesquisadores do BRAINN utilizam para inserir o paciente numa interface em três dimensões para que a pessoa consiga manipular objetos no vídeo por meio de gestos.
Já no caso da realidade aumentada, os elementos 3D são inseridos no mundo real, que é o caso do braço virtual que entra em funcionamento na tela, literalmente apagando o braço sem movimento para que os pesquisadores observem possíveis estímulos cerebrais.
Segundo o ministério da saúde, o AVC é a doença que mais mata no Brasil. Em 2010 foram registrados quase cem mil óbitos. Os sobreviventes normalmente ficam com sequelas graves, e é por isso que iniciativas como essa são encaradas como prioridades.
As aplicações desenvolvidas no BRAINN envolvem especialistas de diversas áreas como neurologia, fisioterapia e educação física. Uma série de testes começará a ser aplicada em pacientes do Serviço de Reabilitação Lucy Montoro, centro de referência situado em Mogi Mirim, no interior de São Paulo ligada ao Instituto de Responsabilidade Social do Hospital Sírio-Libanês.
Matéria e locução de Erik Nardini