Um estudo publicado no começo de abril na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences aponta que crenças erradas a respeito de diferenças biológicas entre negros e brancos leva médicos brancos a subestimarem a dor em pacientes negros. Desse modo, esses pacientes podem acabar recebendo um tratamento inadequado.
Os cientistas analisaram tanto um grupo de pessoas leigas quanto estudantes e residentes de medicina americanos. Para isso, perguntaram se concordavam ou não com afirmações como “negros têm pele mais espessa do que brancos”. Os que concordavam mais com essas falsas crenças a respeito de diferenças biológicas entre brancos e negros eram também os que atribuíam menores pontuações na escala de dor para pacientes negros em comparação com pacientes brancos.
No grupo de estudantes de medicina e residentes médicos, a metade dos participantes acreditavam em pelo menos uma de onze falsas diferenças apresentadas. E os que subestimavam a dor dos pacientes negros também tendiam a fazer recomendações menos adequadas para tratamento.
Entre os que não endossavam essas crenças falsas, a tendência era de superestimar a dor dos pacientes negros, mas não se encontrou tendência para recomendações inadequadas de tratamento. Para os autores do estudo, isso indica que profissionais de saúde podem ter uma visão errada a respeito de diferenças biológicas entre brancos e negros e indicar tratamentos errados para a dor.
Matéria de Roberto Takata e locução de Paula Pereira
Caso queira conferir mais informações sobre esta pesquisa acesse: http://www.sciencemag.org/news/sifter/white-doctors-might-underestimate-their-black-patients-pain