Em junho deste ano, a Latam anunciou que não iria mais transportar animais vivos “cuja a finalidade de transporte seja para pesquisa e experimentos em laboratório ou qualquer outro tipo de estudo científico”. A alegação é de que seria um compromisso com o meio ambiente, mesmo se tratando de animais de biotério como ratos, camundongos e cobaias, espécies que não são nativas do Brasil. O banimento não atinge o transporte de animais de estimação, para corte e leite ou usados em competições esportivas.
Na época, a Federação de Sociedades de Biologia Experimental, a Fesbe, manifestou preocupação com o prejuízo que poderia haver no desenvolvimento de pesquisas biomédicas e veterinárias. Mas não é apenas por aqui que tais restrições vêm ocorrendo.
Desde março deste ano, pesquisadores das Ilhas Canárias enfrentam problemas para obter ratos para seus estudos. Isso porque a Air Europa e a Iberia, duas principais companhias espanholas que fazem a ligação entre as ilhas e a Espanha continental, baniram o transporte de animais de laboratório. A única opção que os cientistas canários têm para não interromper as pesquisas é transportar os animais por via terrestre até Portugal e de lá utilizar os serviços da Binter, empresa aérea canária.
Empresas de transporte de cargas como a FedEx e a UPS, ambas americanas, também vetaram animais para pesquisa, particularmente mamíferos, em suas aeronaves e veículos terrestres. Restrição que as duas companhias vem aumentando desde 2012. A British Airways, que se fundiu à Ibéria em 2011, veta o transporte de animais para pesquisa desde 2005.
Essas decisões, embora nem sempre as empresas apontem, refletem as pressões de grupos de defesa de direitos dos animais. Com a ampliação do número de companhias aéreas que aderem ao banimento, a pesquisa biomédica não navega em céu de brigadeiro.
Produção de Roberto Takata e locução de Carolina Ferreira.