A médica neurologista Elizabeth Quagliato estreia como colunista do programa Oxigênio. A especialista dá início à série “AVC sem mistérios” para desvendar os fatores de risco, tratamentos e discutir sobre essa doença que, segundo o Ministério da Saúde, mata mais de 60 mil pessoas por ano. Prevenção é tudo. Confira:
Em nossa série “AVC sem mistério” vamos falar sobre Acidente Vascular Cerebral, o AVC ou como é popularmente conhecido, o derrame. Inicialmente, um conceito: o Acidente Vascular Cerebral é um quadro que se instala devido a uma interrupção da circulação arterial do cérebro, geralmente é da circulação arterial, mas eventualmente nós podemos ter quadros semelhantes ao AVC relacionados a Tromboses Venosas.
Existem fatores que predispõem as pessoas a terem um AVC. Existem fatores controláveis e outros nos quais nós não podemos agir. Dois dos fatores sobre os quais nós não podemos agir são a idade e a predisposição genética à doença arterial. Dentre os fatores sobre os quais podemos agir, e isso é muito importante, estão fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo e etilismo. São exemplos de fatores que aumentam o risco de a pessoa sofrer um AVC.
O Acidente Vascular Cerebral, o Derrame, é a principal causa de mortalidade no Brasil, portanto é uma doença altamente frequente, e existem maneiras de conseguirmos fazer com que isso seja menos significativo se agirmos preventivamente e, principalmente, no fator maior de risco, que é a hipertensão arterial.
Uma pessoa que tem um tratamento adequado de sua pressão alta consegue diminuir o risco de ter um evento como o AVC, assim como diminuir o risco de ter um evento arterial no coração, o infarto do miocárdio.
Na prevenção primária do AVC, ou seja, antes de o AVC ocorrer, um fato muito importante é a mudança de hábitos, o que inclui exercitar-se diariamente – o exercício aeróbico é o melhor de todos – exercícios em que você transpira, como caminhada, natação, esteira e bicicleta. São exercícios que diminuem o risco de se ter um AVC, assim como tratar da hipertensão, do tabagismo e do diabetes, que é outro fator de risco importante.
Perder peso, que hoje em dia é um dos principais agravantes que se passa em nosso meio é o sobrepeso e a obesidade. São dois fatores que aumentam o risco. Portanto, se falamos de prevenção, ou seja, antes de o AVC acontecer, nós temos que exercer um controle rigoroso sobre o peso.
Pense nisso.
Elizabeth Quagliato, neurologista, para o Programa Oxigênio.