Em março deste ano, o prestigioso Instituto Karolinska da Suécia anunciou a demissão do cirurgião Paolo Macchiarini. O desligamento aconteceu depois que uma sindicância independente instalada no fim de 2014 concluiu que o pesquisador italiano havia distorcido os resultados de cirurgias de implante de traqueias artificiais semeadas com células-tronco.
Outra investigação concluída no fim de agosto deste ano apontou uma série de falhas na avaliação que levou à contratação de Macchiarini em 2010. A avaliação deixou de considerar informações relevantes como o fato de o pesquisador já ter tido uma posição de docente negada na Itália, de haver várias dúvidas a respeito de sua pesquisa e de que seu currículo apresentava informações falsas.
No início de setembro, a ministra da Educação Superior e Pesquisa da Suécia, Helene Hellmark Knutsson, anunciou a demissão da representante responsável pelas universidades públicas, Harriet Wallberg-Henriksson. Ela era a presidente do Instituto Karolinska na época da contratação de Macchiarini. Outros membros do conselho do instituto atuantes no mesmo período serão demitidos.
Além disso, a Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska também solicitou o desligamento à representante Wallberg-Henriksson e a Anders Hamsten, outro ex-presidente do Instituto Karolinska. A assembleia é responsável pela escolha do vencedor do prêmio em Medicina e Fisiologia.
Na fria Suécia, parece não haver lugar para botar panos quentes.
Matéria de Roberto Takata e locução de Ana Paula Zaguetto