Neste ano de 2016 celebra-se o Ano Internacional das Leguminosas. A comemoração foi definida em 2013, durante a 68ª reunião da Assembleia Geral da ONU e visa a aumentar a consciência da população para a importância das culturas de leguminosas na produção sustentável de alimentos. E a responsável por promover os festejos e eventos temáticos é a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO.
As leguminosas cultivadas incluem o feijão, o amendoim, a soja, a lentilha, o sorgo e várias outras culturas cujas sementes são produzidas em frutos do tipo legume. Pois é, embora costumemos chamar de legume a todo tipo de partes comestíveis não folhosas; botanicamente, o legume são os frutos na forma de vagens.
As sementes das leguminosas dessecadas duram por meses mesmo estocadas à temperatura ambiente, sendo, assim, um valioso estoque alimentar para períodos de entressafra e de baixa produção.
Elas são uma das principais fontes de proteína vegetal em nossa alimentação.
A soja é um dos principais itens da exportação brasileira e a maior parte vai para a China. Mas seu modo de produção, com intenso uso de agrotóxicos e derrubada de florestas, vai em sentido contrário à preocupação de sustentabilidade socioambiental que se busca com o Ano Internacional das Leguminosas.
Dois grandes caminhos são propostos para o desenvolvimento do cultivo das leguminosas. De um lado, tecnologias transgênicas como a soja da Monsanto, resistente ao herbicida glifosato, ou o feijão da Embrapa, resistente ao vírus do mosaico dourado. De outro lado, soluções como as sementes caipiras ou crioulas, trocadas entre pequenos produtores, garantindo a preservação de variedades tradicionais. Mas há também soluções intermediárias como o plantio direto, que dispensa o uso de maquinário pesado utilizando o resto da safra anterior, e ainda o uso de plantas que crescem espontaneamente protegendo o solo, mas que dependem de herbicidas para evitar competidores.
Então, quando estiver saboreando seu prato de feijão com arroz, que tal temperar com um pouco de reflexão sobre o significado cultural, social e econômico das leguminosas?
Matéria de Roberto Takata e locução de Paula Pereira.