#189 – Ep. 3: Pistache, cookies e muita soberania
fev 14, 2025

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Este é o terceiro episódio da série Impactos socioambientais das Big Techs, produzida por Juliana Vicentini e Rogério Bordini como Trabalho de Conclusão da Especialização em Jornalismo Científico, do Labjor.

No primeiro episódio da série os jornalistas contaram o que são os Data Centers, que tipos e volume de dados eles guardam, quanta energia eles consomem pra isso e quem eles atendem: usuários de redes sociais, entre outros. No segundo, eles trataram do surgimento das Big Techs e da estrutura e localização dos data centers no Brasil. Abordaram também questões relacionadas ao lixo eletrônico, a extração ilegal de minérios que são usados nos data centers, e os impactos como emissão de gases de efeito estufa e como mitigar os impactos que essas estruturas provocam  no ambiente.

Neste terceiro episódio, a dupla Juliana e Rogério retornam para falar, agora, sobre capitalismo digital, coleta de dados, educação midiática, soberania digital e apresentam redes sociais contra hegemônicas.

As entrevistados do episódio são a Daniela Zanetti, que é professora de Comunicação Social na Universidade Federal do Espírito Santo, que já participou do episódio 2, e a Dulce Márcia Cruz, professora Associada da Universidade Federal de Santa Catarina, líder do grupo de pesquisa EDUMÍDIA.

Vamos ao episódio!


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Rogério: E aí Ju, beleza? Bora de sorvetinho de pistache hoje?

Juliana: Mas, de novo, Roger? Nesses dias mesmo já tomamos! O que tá te fazendo ficar tão sedento assim por sorvete?

Rogério: É que ontem eu vi no Insta que abriu uma sorveteria aqui pertinho no centro, ah, daí fiquei com vontade.

Juliana: Ah, eu já sei o que aconteceu. O algoritmo do Instagram provavelmente guardou suas buscas da sorveteria da semana passada e agora tá te enviando propaganda de novos lugares. Muito espertinhos eles, hein!

Rogério: Sério? Mas como isso é possível?

Juliana: Por meio de cookies.

Rogério: Cookie? Quero!

Juliana: Não esses que você tá pensando. Cookies, no contexto digital, são fragmentos de informações que websites coletam a partir dos dados de nossa navegação e buscas. Eles memorizam padrões de comportamento, preferências e histórico de cliques. Isso permite que sites interpretem e personalizem a experiência online de cada usuário, principalmente com envio de propagandas.

Rogério: Nossa, então quer dizer que eles sabem de tudo que faço, onde estive, as fotos que eu posto, os memes que eu compartilhei e até as conversas com a crush?

Juliana: Basicamente sim. E sabe do que mais? Você, pleno, concordou em ceder todas essas informações no momento que aceitou os termos e condições quando criou sua conta na rede social. Mas quem tem tempo de ler esses documentos gigantes e super tecnicistas, não é mesmo?

Rogério: Ah, nem me fale, pra mim parece até bula de remédio. Deveriam usar uma linguagem mais amigável pras pessoas entenderem essas informações. Ninguém aqui nasceu com diploma em computação!

Juliana: E isso tudo tem a ver com a conversa que tivemos nos episódios anteriores da nossa série. Pode-se dizer que todo crescimento exponencial dos data centers e o alvoroço ambiental que eles vêm causando têm sido motivados por um objetivo principal: coletar o seu dado.

Rogério: Mas não sou ninguém na fila do pão!

Juliana: Você que pensa, meu bem. (pequenas pausa) Meu nome é Juliana Vicentini e, no episódio de hoje, o Rogério Bordini e eu vamos entender como o modelo de negócios das Big Techs têm, direta e indiretamente, impulsionado o uso, a dependência e, consequentemente, o crescimento da coleta e armazenamento de dados das pessoas. Rogério: Mas gente, não sabia que eu tava com essa bola toda com eles. Mas bora lá…

(pausa para fade-out da música)

Rogério: Episódio 3 – Pistache, Cookies e muita Soberania

(fade-in de nova música)

Juliana: Certo dia, zapeando pela internet, esbarrei em um artigo cujo título me chamou a atenção: “O capitalismo digital é uma mina, não uma nuvem”. O artigo era da instituição holandesa de pesquisa Transnational Institute, o mesmo que comentamos no episódio anterior. Como descobrimos que as coisas da internet não ficam em lindas nuvens no céu, mas sim, em grandes salões de concreto com mega computadores que usam recursos naturais 24 horas por dia, fiquei curiosa pra entender o que seria essa analogia às minas.

Juliana: O capitalismo digital se baseia na extração e na mercantilização de dados, que dependem da exploração de mão de obra, da extração de minérios em territórios indígenas, e do consumo significativo de energia e água. As grandes empresas de tecnologia, as Big Techs, transformam os dados em uma nova  matéria-prima. Pode ser como um recurso renovável, como a luz solar, mas isso oculta as infraestruturas e as aspirações corporativas que impulsionam a extração de dados. Essa mercantilização, assim como ocorre com a terra, o trabalho e o dinheiro, requer intervenção política e regulamentação, pois têm consequências tanto para os indivíduos, quanto para a sociedade.

Daniela Zanetti: É uma nova forma de colonização, por isso que as pessoas têm falado, os pesquisadores, né, colegas, tem trabalhado muito com o conceito também de colonização de dados, né. Por isso que esse evento agora, né, da plataforma X, né, o Twitter, o antigo Twitter, ele é muito exemplar, ele exemplifica muito isso, né, então a gente acha que o STF agiu muito bem, eu acredito. É preciso haver alguma regulação, precisa ver alguma regra, né, a empresa não pode chegar aqui e fazer o que ela quiser, né. A gente tem que ter alguma autonomia, o país tem que ter alguma autonomia e elas têm que cumprir algumas regras. Então, se estava tendo, né, uma disseminação de informações falsas e não controle, zero controle, né, desse tipo de fake news, de mediação de conteúdos, alguma coisa precisa ser feita, né, então, é, não fazer isso é continuar sendo colonizado.

Rogério: Em complemento ao que acabou de dizer a Daniela Zanetti, que é Professora de Comunicação Social na Universidade Federal do Espírito Santo, sempre me lembro de uma fala do cientista de computação Mark Weiser sobre essa era pós-virtual: o que vivemos é uma ubiquidade tecnomidiática, fenômeno que mostra como cada pequena ação nossa, registrada por celulares, aplicativos e smartwatches gera dados, contribuindo pra a dinâmica da macroeconomia da atenção que as big techs praticam todos os dias.

Rogério: E isso tudo tem a ver com o chamado “capitalismo digital”, no qual todas as atividades cotidianas, como a comunicação e o compartilhamento de pensamentos íntimos, são transformados em mercadorias, que podem ser vendidas e usadas pra anúncios direcionados. E pensar que essa nossa realidade da web hoje poderia ser diferente. A coleta em massa de dados, as páginas cheias de propaganda que aumentam nossa pegada ecológica, está diretamente ligada ao modelo de negócios vigente das Big Techs. Sem esse modelo, nossa navegação poderia ser mais “leve”, consumindo menos banda e causando, consequentemente, menos danos ao meio ambiente.

Juliana: É até muito comum ouvirmos especialistas dizendo que nossos dados são o atual petróleo. Essa analogia sugere que, assim como o petróleo foi um recurso crucial para a era industrial e é até hoje, os dados são agora uma mercadoria vital, que impulsiona a economia digital, como uma commodity.

Daniela Zanetti: Todo mundo já sabe disso né. Eu estou procurando certas coisas na internet sobre tal assunto e começa a aparecer coisas para mim. A gente já vive isso no dia a dia, né. De uma certa forma a gente já se popularizou, a gente fala, ah, algoritmo, o algoritmo está me mandando, tais coisas, as pessoas falam isso. As pessoas já mais ou menos sabem disso, né, como que funciona já é outro papo. Mas, até por exemplo quando você vai ver alguns influenciadores mesmo falam, eu fiz esse vídeo de tal forma, porque eu sei que o algoritmo vai entregar melhor para as pessoas que eu estou querendo que entregue, então essa lógica vai sendo absorvida, né, para justamente monetizar mais. Até hoje as compras que a gente também faz em farmácia, né, ah, dá seu CPF, porque já indica ali o que que eu compro, tem pessoas que compram tais remédio todos os meses, então já indica até um modo de vida, uma questão que essa pessoa tem, da saúde. Então, isso tudo geram dados que obviamente não são necessariamente impessoais. Então, é, realmente o grande petróleo da contemporaneidade

Juliana: E esses dados são vendidos de diversas maneiras por meio de plataformas que oferecem serviços gratuitos em troca de informações dos usuários, os quais são utilizados para publicidade direcionada. Empresas especializadas em corretagem de dados reúnem informações de diferentes fontes, como atividades online e histórico de compras, para vendê-las a anunciantes e para outras empresas.

(entra efeito sonoro de zíper de mochila)

Rogério: Tchau, Jú!

Juliana: Peraí Roger, onde você tá indo?

Rogério: Pra uma caverna.

Juliana: Hã? Enlouqueceu?

Rogério: Eu cansei desse negócio dos outros pegarem meus dados pra usarem como bem entenderem, Ju. E eu, o que ganho com isso? Já que essas empresas querem enriquecer com a venda de minhas informações aí, não deveriam ao menos me dar uma parcela desse lucro? Afinal, se sabem qual é meu sorvete favorito…

Juliana: De pistache…

Rogério: Essa é uma informação minha e tenho o direito de escolher se quero vender ela ou não. Privacidade é um direito nosso e tem várias leis pra isso, ora essa. Não tem a tal da Lei Geral de Proteção de Dados? Ela não serve pra controlar isso tudo? Ah, cansei. Tô indo. De agora em diante só me chame de “Roger, o ermitão” e vou fazer o que bem entender sem ninguém me xeretar. Beijos!

Juliana: Roger, calma aí, homem! Sei que está revoltado e, com toda razão. Também acho que deveria haver uma igualdade socioeconômica nessa relação de concessão de dados às Big Techs, mas essa ideia de receber “dividendo de dados” não vai corrigir o desequilíbrio de poder entre as empresas e os consumidores, elas continuarão a bisbilhotar nossas vidas. Para isso, podemos nos munir de alguns cuidados e ferramentas para termos um pouco mais de controle de nossa vida digital.

Rogério: Ah é? E como?

Juliana: De alguns modos. A Educação Midiática, por exemplo, é uma possibilidade. E a Dulce Márcia, professora Associada da Universidade Federal de Santa Catarina, líder do grupo de pesquisa EDUMÍDIA, nos conta a respeito.

Dulce Márcia: Uma forma de fazer o uso crítico consciente das mídias é desenvolver essas habilidades necessárias para entender como está funcionando a nossa sociedade hoje dentro dessa tecnologia, dessa mediação tecnológica constante mediada, principalmente pelas plataformas digitais. Então, entre as habilidades que a gente precisa desenvolver, estão o pensamento crítico, conseguir analisar o que está acontecendo quando você interage com as redes sociais, por exemplo, quais são as fontes das informações que você recebe, como é que você percebe que está vendo um viés que incute o preconceito, que traz problemas de ódio, mensagens de ódio e também entender a dinâmica dos algoritmos, como os algoritmos eles vão fazendo com que as informações sejam trazidas para a gente, as notificações sejam trazidas a partir de perfis que as plataformas acabam construindo com a interação que a gente tem justamente com ela. Então, a gente precisa fazer perguntas sobre a origem, confiabilidade da informação, a gente precisa fazer nas escolas situações reais, fazendo projetos em que os estudantes possam analisar as mídias, fazer debates, simular júris e tentar pensar todos os lados das tecnologias como é que elas podem estar influenciando nossa vida para o bem e para o mal. Até uma ideia seria sair das escolas e levar isso para centros comunitários, para a gente fazer outras campanhas, incentivar os alunos, por exemplo, a fazer materiais ilustrativos, materiais educativos, como vídeos, podcasts, memes e até jogos que eles possam levar essa temática das Big Techs de como a plataformização está atingido as nossas vidas e como fazer uso consciente das mídias de uma forma que a gente não seja manipulado por elas e possa ter nossas defesas com relação a isso.

Juliana: E a partir do momento que temos um pouco mais de consciência sobre como podemos utilizar os diversos recursos midiáticos e digitais que temos no cotidiano de forma crítica, caminharemos em direção à conquista da soberania digital, lembrando que soberania tem a ver com decisões coletivas, envolvendo o estado e boas políticas públicas.

Rogério: E o que que seria essa tal de soberania?

Juliana: Brilha Daniela!

Daniela Zanetti: Quando a gente fala da questão da soberania digital, eu tenho que ver com isso, né, se os nossos dados são, de alguma forma, mais bem tratados, digamos assim, uma perspectiva mais, é, menos privatista, né, e mais pública, social, né, mais voltada pra própria, nossa própria sociedade, para o bem da sociedade, né, talvez, seria menos, esse tipo de coisa, seria menos, menos nocivo, né, mas nossos dados, a gente, vários dos nossos dados, eles vão pra banco de dados nos Estados Unidos, nem ficam aqui no país, esse é um grande problema. Então, só voltando falando da questão da soberania digital, tem até grupos, organizados já, de pesquisadores, professores, ativistas, né, que desenvolveram, né, recentemente manifestos, materiais, né, pra guiar, por exemplo, o governo, pra contribuir com o governo, com a sociedade, pra sentir assim, como nós podemos, o que nós podemos fazer pra termos nossa soberania digital, e ficarmos também menos dependentes das corporações de fora, enfim, as grandes corporações mundiais.

Rogério: Boa, gostei desse negócio aí de soberania digital. E essa discussão vai bem ao encontro das tecnologias que usamos no dia-a-dia. Sempre lembro daquele texto do Langdon Winner “Artefatos Têm Política?que aborda como as tecnologias não são neutras, mas sim, moldadas e modeladoras de estruturas sociais e políticas. Esse artigo também nos ajuda a examinar as interações entre tecnologia, política e sociedade na era contemporânea, especialmente sob a sombra do capitalismo de vigilância.

Juliana: E isso também se aplica às tecnologias que usamos no dia-a-dia. Por exemplo, o simples navegador que você utiliza no celular pode estar ligado a empresas com interesses socioeconômicos e políticos diferentes dos seus, além de moldarem suas experiências online, suas opiniões e comportamentos que, mais uma vez, poderão ser monetizados.

Rogério: Mas gente, nunca parei pra pensar que os típicos dois cliques poderiam ser um ato político e até mesmo revolucionário! Então essas tecnologias que são chamadas de open source, de código aberto, poderiam ser um caminho interessante, justamente por elas promoverem uma abordagem mais ética e transparente em relação ao uso da tecnologia na sociedade atual, não é mesmo?

Daniela Zanetti: É só para a gente pensar como é possível então a gente criar alternativas a isso que foi imposto aí, né. O software livre tem grupos organizados, que trabalham com isso aí, como que, quais os princípios desses grupos organizados de software livre, e é uma dinâmica muito solidária, desenvolver um aplicativo de software formal, para você fazer assim, eles trabalham com código aberto, então isso é muito legal, porque é um trabalho realmente solidário. Cria esse código aberto aí, se você quiser modifica aí para quem é da área e entende, ele pode modificar, criar outras coisas, se apropriar sem fins lucrativos, ou voltados para questões mais comunitárias, sociais, enfim.

Rogério: Então nem tudo está perdido, né!

Juliana: Isso, Roger. Tô mais tranquila em ver que a cor voltou pro seu rosto. É claro que essas ações individuais são pequenas diante da gigante influência e poder que as Big Techs vêm exercendo sobre nossas vidas há anos. Entender os mecanismos de controle exercidos por aqueles que procuram nos controlar é um primeiro passo para atingirmos nossa soberania.

Rogério: E como cidadãos penso que também é importante a gente se engajar em movimentos sociais e participar de discussões que pressionem órgãos públicos por regulamentações mais rigorosas, exigir também políticas públicas que responsabilizem essas empresas de tecnologia, sobretudo pelos impactos socioambientais que elas causam diariamente. Isso também vale no momento de escolhermos nossos governantes, na hora do voto, principalmente em ver quais deles estão preocupados com essas pautas.

Daniela Zanetti: E eu acho que se posicionar muito firmemente contra qualquer tipo de desinformação, denunciar as próprias fake news, denunciar isso, e temos que cobrar, temos que criar formas de cobrar mais uma regulação mesmo desse tipo de prática. Vote em políticos, votem em pessoas, realmente preocupadas com o meio ambiente, que tenham propostas ambientais, embora ninguém fale de coisas de tecnologia, vez ou outra alguém fala de algoritmo, entendendo como uma pessoa precisa dinamizar o seu conteúdo que tem essa consciência. Então, eu acho isso, votar em pessoas e também questionar os políticos em relação a isso, nossa classe política.

Juliana: É isso!

Rogério: Ufa, essa história toda me deu sede. O que acha daquele sorvetinho agora, hein?

Juliana: Tá bom, vai. Aguentar esse calorão não tá fácil mesmo. Mas dessa vez é você quem paga!

Rogério: Beleza. Aliás, eu tô testando uma rede chamada Pixel Fed que é a mesma coisa que o Insta só que não coleta seus dados e respeita a sua privacidade. Vou postar nossa foto lá! Ela faz parte de um negócio chamado Fediverso, espécie de universo paralelo, a partir de servidores descentralizados, comunitários e menores que, consequentemente, usam menos recursos naturais para serem mantidos. Soa mais democrático, não é? Talvez fosse algo aí bacana pra alcançarmos a nossa tal de soberania.

Juliana: Olha que chiquérrimo. Conte-me mais sobre isso!

Rogério: Ah, fica pra uma próxima. O que que você acha da agente fazer um podcast sobre isso, hein?

(fade in música final)

Juliana: Esta série foi criada, roteirizada e apresentada por mim, Juliana Vicentini e pelo Rogério Bordini, e é parte do nosso trabalho de conclusão do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor na UNICAMP.

Rogério: A orientação do projeto foi do Rafael Evangelista e da Simone Pallone, que também revisou o roteiro, e a edição do episódio foi feita por mim, Rogério Bordini.

Juliana: As referências usadas pra fazer este episódio estão no site oxigênio.comciencia.br

Rogério: E não deixe de ouvir os episódios anteriores da nossa série. Um beijo.

Juliana: Tchau!

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