Antes mesmo da invenção do disco e do rádio, a indústria musical já prosperava com a venda de partituras para pianos. No final do século XIX, a sociedade abastada do Rio de Janeiro mostrava seu enriquecimento comprando pianos e um de seus maiores passatempos eram os bailes e os saraus feitos em casa. Foi a partir da comercialização das partituras de música que os ritmos afro-brasileiros começaram a ganhar popularidade nos teatros de revista, nos clubes dançantes e nas salas de estar das elites brancas. Mesmo tendo que lutar contra o preconceito, a música negra ajudou a criar todo um mercado e deu visibilidade aos descendentes de africanos.
Nesta edição do Oxigênio conversamos com a historiadora Martha Abreu, professora titular do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre à efervescente cena cultural que deu origem ao samba e que moldou a cultura brasileira como conhecemos. A pesquisadora é autora do livro “Da senzala ao palco: canções escravas e racismo nas Américas”. Publicado pela Editora da Unicamp, o e-book faz parte da coleção Históri@ Illustrada e resgata a música negra nas Américas após a Abolição.
O programa é produzido e apresentado por Leonardo Fernandes e conta com a colaboração de Sophia La Banca de Oliveira e Sarah Azoubel Lima, além da coordenação geral da professora Simone Pallone de Figueiredo do Labjor. Os trabalhos técnicos foram feitos por Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
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e-book “Da senzala ao palco” no site da Editora da Unicamp: www.editoraunicamp.com.br.
Créditos de trilha sonora:
“Canoa Virada” de Eduardo das Neves, 1907-1912. Domínio público.
“Jongo de pretos”, de Freire Jr., por Eduardo das Neves e Coro, 1912-1915. Domínio público.
“Gargalhada” (“Pega na chaleira”), por Eduardo das Neves, 1907-1912. Domínio público.
“Dor de cabeça”, por Fernando de Albuquerque; Jazz-Band Sul Americano
Romeu Silva, 1925. Domínio público.
“Imitação de um batuque africano”, por Cesar Nunes, 1908-1912. Domínio público.
“Nêgo Bamba”, interpretado por Otília Amorim, em gravação de 1930. Domínio público.
“Odeon”, de Ernesto Nazareth, 1910. Domínio público.
“Cakewalk”, de Artur Camilo, 1904-1908. Domínio público.
“The Cake-Walk in the Sky”, de Ben Harney, 1899. Repertório ragtime de Dorian Henry. Domínio público.