Atualmente, a ANVISA autoriza que alguns pacientes e famílias importem medicamentos à base de maconha para tratar epilepsias graves que não respondem a outros tratamentos. Desde 2014, cerca de 3000 pessoas conseguiram o aval da agência para a importação da droga. Em alguns casos, em parte devido ao custo elevado da importação, pacientes também conseguiram na justiça o habeas corpus para o autocultivo da planta.
Internacionalmente, há uma tendência da regularização do uso medicinal da maconha. Os efeitos da planta e de seus princípios ativos estão sendo estudados em doenças neurodegenerativas, dores crônicas, alívio dos sintomas da quimioterapia, no autismo, entre outras condições. Entretanto, no Brasil, as pesquisas e o desenvolvimento de drogas com a planta são limitados pela proibição do cultivo para fins científicos.
Na tentativa de descobrir qual o futuro do uso da maconha medicinal no país, a equipe do Oxigênio conversou com os especialistas Fabrício Pamplona, diretor científico da Entourage Phytolab, startup farmacêutica que está desenvolvendo uma droga a partir do óleo de cannabis e forjou uma parceria com a Unicamp; Katy Albuquerque, chefe do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que desenvolve um estudo sobre as propriedades terapêuticas da planta; e Giordano Magri, advogado que trabalha com direitos humanos e faz parte da associação Cultive, voltada ao uso terapêutico da cannabis.
O episódio ainda conta com o depoimento de Maria Aparecida Carvalho, mãe de Clárian, que utiliza medicamento a base de maconha para controlar as convulsões da filha, que é portadora da Síndrome de Dravet. Também ouvimos o designer Gilberto Elias Castro, que usa a maconha para aliviar os sintomas da esclerose múltipla.
A apresentação do programa foi feita por Beatriz Guimarães, Sarah Azoubel Lima e Leonardo Fernandes. Tivemos a colaboração da Maria Letícia Bonatelli, Sophia La Banca de Oliveira, Bruno Moraes e Allison Almeida. E os trabalhos técnicos foram do Octávio Augusto, da Rádio Unicamp.
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