#167 – Ciência estampada no peito
jun 8, 2023

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Este novo episódio do Oxigênio fala sobre moda, estilo, tendência, grifes a serem seguidas, mas de um modo diferente do que nossos ouvintes encontram numa revista com alguma modelo famosa na capa. Pra falar sobre um estilo que vem ganhando força com mais oferta de lojas e produtos e porque as pessoas estão cada vez mais preocupadas em expor seu modo de pensar e sua admiração pela divulgação científica, a repórter Mayra Trinca entrevistou a Aline de Campos, professora de Moda no SENAC, o Igor Borges, da Doppel Store e a Beijanizy Abadia, da Opará Arqueológico, que são produtores de camisetas com temática de ciência. E aí, que tal vestir essa ideia?

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Roteiro

ALINE: Eu acho que nós temos né, exemplos, é… no nosso guarda-roupa, de camisetas que a gente se relaciona, né? Então você pode ter uma camiseta aí de um personagem de filme, de série, que você curte muito e admira. Você pode ter uma camiseta com uma frase que você acredita, um desenho que você se identifica muito. Então eu acho que é muito mais profundo, né? Não é só uma camiseta bonita que eu vi numa vitrine, não, eu me identifiquei com aquela estampa, com aquela frase 

MAYRA: Isso não significa que todo mundo se apresenta com uma camiseta que tem a tabela periódica estampada. Por exemplo, uma dessas minhas camisetas afetivas tem uma estampa que mostra diferentes mulheres: branca, negra, gorda, cadeirante. Emoldurando o desenho tem a frase “This is what a scientist looks like”. É assim que uma cientista se parece.

Várias estampas com temas de ciência acabaram se popularizando durante a pandemia de Covid-19. Teve de jacaré, do Zé Gotinha, de comemoração à vacina e ao SUS. Mas antes delas já existiam outras que traziam estampas de cientistas ou frases associadas às mais diversas formas de ciência, da química à literatura. 

Eu sou a Mayra Trinca e nesse episódio do Oxigênio, vamos falar sobre o que as roupas que usamos dizem sobre nós e como isso pode se relacionar com a divulgação científica. 

Pra pensar isso, eu conversei primeiro com a Aline, que é professora de Moda no SENAC e me contou um pouco sobre como as roupas que a gente usa sinalizam nossos ideais. Depois, eu falei com duas pessoas que resolveram colocar em prática essa ligação entre moda e ciência. No segundo bloco, você escuta a conversa com o Igor, que é criador da Doppel Store, uma loja de camisetas de divulgação científica. E por fim, com a Beijanizy, que é arqueóloga e idealizadora da Opará, uma loja de roupas estampadas com pinturas rupestres. 

ALINE: O meu nome é Aline de Campos e eu trabalho com moda já há bastante tempo. 

MAYRA: A Aline me contou que desde criança ela se interessava muito por esse mundo das artes, no começo eram os desenhos, mas na adolescência ela começou a trabalhar numa confecção, e aí

ALINE: Comecei a conhecer esse mundo das roupas. E primeiro eu conheci esse mundo do glamour, né, dos desfiles, das revistas de moda e tal, e depois eu comecei a me aprofundar um pouquinho mais, trabalhando já na área, na questão de que não era só isso, né? Que isso era apenas uma visão da moda, essa visão meio Emily em Paris, né? O Diabo Veste Prada, uma coisa, mais glamurosa. E aí eu comecei a conhecer os outros pensamentos sobre moda. 

MAYRA: A primeira coisa que eu quis saber sobre esse processo de vestir foi sobre as nossas escolhas. Por que escolhemos vestir o que vestimos? Quais os impactos que essa escolha causa? E pra explicar isso pra mim ela voltou nos tempos pré-históricos, com aquelas cenas clássicas de homens das cavernas usando casacos de pele de animais. 

ALINE: É que mesmo nesse processo ancestral de se vestir já existia uma comunicação através da roupa, que é uma comunicação de status e de poder. Então, quando esse homem, por exemplo, capturava esse animal, consumia a carne, vestia a sua pele, ele também usava os ossos e as presas desse animal pra confeccionar adornos, colares, né e etc e esses acessórios, eles também passavam uma comunicação para outros homens, né? Quando ele se encontrava ali dentro das comunidades, ele estava comunicando o seu poder. Então, “olha só o animal que eu capturei como ele é grande e poderoso”. 

MAYRA: Na verdade, essa pessoa tava é querendo dizer “olha como EU sou grande e poderoso por ter capturado esse animal. E de certa forma, isso segue até hoje.

As roupas que usamos são formas, ao mesmo tempo de individualização e de socialização. Como no passado, elas carregam marcas do grupo, por exemplo, no estilo ou na combinação de peças dependendo das exigências sociais. Mas também possuem detalhes, sejam símbolos, acessórios, tipos de tecido ou estampas, que destacam diferenças individuais.

ALINE: Por exemplo, todos os dias antes de sair de casa para trabalhar a gente faz uma escolha. A gente abre o guarda-roupa e escolhe. 

MAYRA: Mesmo que essa escolha seja uma calça jeans e uma camiseta, ela é uma escolha que passa uma mensagem ao grupo. Que pode ser de escolher o conforto ou a praticidade. Mas que também pode ser de defender um ideal. 

ALINE: A moda é política. Porque é sobre a escolha do que vestir, de que forma vestir, das marcas que eu me relaciono, das ideias que eu acredito, dos grupos em que eu me conecto. A gente está vestindo algo e a gente está passando essa informação e a gente tá bancando isso, né? A gente tá dizendo “Olha, eu acredito nisso”. 

MAYRA: Quando a gente tava falando sobre os impactos que uma roupa pode ter, a Aline me deu um exemplo ótimo pra ilustrar o impacto de uma simples camiseta, de um evento super recente na história da moda. 

ALINE: Que foi com a Maria Grazia, né, que entrou como diretora criativa da Dior. 

MAYRA: Em 2016, no seu primeiro desfile, ela trouxe uma camiseta branca com a frase “We should all be feminists” (Sejamos todos feministas). Frase que ficou famosa por ser título do livro da autora nigeriana Chimamanda Adichie. E essa simples camiseta foi capaz de levantar uma questão muito importante

ALINE: Dela como mulher, como primeira mulher dentro da direção criativa da marca, uma marca extremamente tradicional dentro do universo da moda e aí ela traz isso na primeira coleção, né? Essa provocação. 

MAYRA: Essa estampa acabou ficando famosa e foi reproduzida por várias marcas várias vezes depois disso, o que mostra pra gente como as pessoas se apropriam dos símbolos que acreditam e usam isso como uma forma de expressar seus valores. 

A partir disso tudo, eu e a Aline conversamos um pouco sobre como essas roupas podem ser um meio pra falar de Ciência. Nós estávamos conversando sobre como a gente  tá muito acostumada a pensar em mensagens curtas de Ciência em posts ou cartazes. 

ALINE: Quando a gente tem, por exemplo, um cartaz que apoia alguma causa, a gente tem ali uma mensagem genérica, ela tá ali trazendo essa informação e se apropria disso ou concorda quem quer, né? 

MAYRA: Ai eu fiquei pensando como essas mensagens impactam ou não as pessoas. Será que existe alguma diferença entre exibir a mensagem em um cartaz ou post na rede social e vestir uma peça de roupa que carrega a mesma mensagem? 

ALINE: Talvez nesse ponto seja diferente, quando a gente veste uma mensagem, quando eu visto isso, quando eu coloco esse tecido na minha pele e eu saio nas ruas, eu tô na verdade comunicando aquilo que eu acredito. Isso tem a ver com, é, a minha formação como pessoa, com os ideais que eu acredito. 

MAYRA: Ou seja, o impacto parece mais intenso né? Tipo aquele chavão de “vestir a camisa da empresa”, que sugere que aquilo está colado na sua pele, que você está totalmente engajado, seja na instituição em que trabalha ou em alguma causa.

Também é interessante a gente pensar como as roupas são muito mais transitáveis do que cartazes ou posts, elas podem circular por vários ambientes, enquanto os cartazes são fixos e os posts ficam presos dentro das bolhas das redes sociais.

ALINE: As pessoas, elas param para olhar o que tá escrito na sua camiseta, por exemplo. Então você tá disseminando uma informação onde você tiver. Você tá no metrô, você tá na rua, você tá na faculdade, você tá em casa, você tá num barzinho e você tá passando essa informação para as pessoas, né?

MAYRA: Foi nessa vontade de vestir coisas que gosta e querer espalhar mais símbolos e mensagens sobre ciência e cultura geek que o Igor criou a marca Doppel Store. Uma loja especializada em estampas científicas, que aparecem em camisetas, moletons e até meias. No perfil do instagram da marca, você encontra que a Doppel está “divulgando a ciência com camisetas desde 2013”. 

IGOR: Todo mundo quer ter camiseta de coisas que gosta, né? E nunca acha as camisetas que você quer. Eu falei “poxa, vou abrir uma loja de camisetas”. Aí eu fui pesquisar como que estampava camiseta, e tudo começou assim. 

MAYRA:  O Igor me disse que no começo a loja era basicamente sobre coisas que ele gostava, como literatura, jogos, e claro, ciência. Com o tempo, os outros temas diminuíram um pouco e as peças que falam sobre ciência acabaram ganhando mais espaço. 

IGOR: Mas eu foquei mais em divulgação científica porque eu realmente não tem, até hoje não tem direito assim. E a ideia sempre foi pegar isso e usar como meio de divulgação científica na internet, sabe? E você financiar mais projetos de divulgação científica, é… mas a ideia sempre foi longo prazo é que a Doppel seja uma fomentadora de divulgação científica de projetos sociais e  das coisas que eu acredito. Nunca deixou de ser isso. 

MAYRA: Esse fomento, na Doppel, acontece de duas maneiras. Uma delas é na criação de coleções em parceria com divulgadores, com estampas exclusivas e que conversam com o trabalho desses parceiros. O Igor enfatizou que o Pirula, professor de biologia que ganhou fama no Youtube, foi pioneiro nessas parceiras. Na coleção dele você encontra várias estampas relacionadas com evolução das espécies, por exemplo, que é um assunto que ele pesquisa, ensina e fala bastante em seu canal. 

A outra forma de fomento acontece através das redes sociais. 

IGOR: Eu patrocino eles, um vídeo, um reels deles, e eles postam como colab com a Doppel. E daí o pessoal dele conhece a Doppel, o meu pessoal conhece eles. Tem conteúdo interessante, conteúdo que engaja e assim ele é sustentável, porque mais gente vai conhecer a Doppel, conhecer o projeto e vai aumentar o número de seguidores e isso vai se auto financiando. 

MAYRA: Ao longo da nossa conversa, pude perceber bem os dois lados de trabalhar com divulgação científica. Não dá pra esperar que esse seja sempre um trabalho voluntário, pesquisadores e divulgadores também tem contas pra pagar, então é importante terem um retorno financeiro. 

Por outro lado, deu pra sentir como esse projeto é importante pro Igor, como um retorno importante pra sociedade que, na prática, é responsável pelo financiamento das pesquisas. 

IGOR: O pagador de imposto não consegue visualizar sabe, então eu quero pegar essa coisa da academia ser uma coisa escondida lá na universidade de trazer ela pra vida real.  Mostrar que essas pessoas estão produzindo sabe, mas eles são os pesquisadores, o meu trabalho é fazer o trabalho deles é chegar nas pessoas, entendeu? 

MAYRA: Só que ele bem sabe que esse trabalho não é tão simples assim, principalmente quando a gente fala de áreas como matemática e física, que possuem conceitos bastante abstratos. É nesse momento que, pro Igor, o desenho pode ter um papel importante. 

IGOR: Então acho que você pegando design, ilustração e você pegando o conceito da ciência diz assim, e passando para eles, para você conseguir visualizar aquilo ajuda muito você entender. 

MAYRA: Quando a gente traz mais elementos estéticos pra ciência, a gente contribui pra chamar a atenção das pessoas pro assunto, nem que seja porque viram uma estampa e acharam bonita, e a partir desse interesse inicial, podem acabar descobrindo mais sobre o assunto e se aproximando um pouquinho do mundo da ciência. 

IGOR: E não só aproximar como trazer novos cientistas.Tem garotas que viram as camisas da Marie Curie,  viram uma camiseta “coisa de menina” e querem estar ali, se inspiraram naquilo. 

MAYRA: Essas camisetas que o Igor citou fazem parte da coleção “Mulheres na Ciência” e trazem diversos exemplos de figuras femininas importantes pro desenvolvimento de diversas áreas científicas. É uma forma de, além de levar conhecimento, engajar as pessoas nos aspectos mais sociais da prática científica. 

Bom, a minha camiseta de mulheres cientistas, que eu mencionei no início do episódio, poderia fazer parte dessa coleção. Mas existe uma diversidade de temas de ciência para estampar camisetas e outras peças do vestuário, como vamos ver com a nossa próxima entrevistada. 

BEIJANIZY: Por exemplo, a pessoa viu o vestido: “Ah, ele é bonito”. Mas aquele vestido vem com a história. Eu digo que eu vendo a informação e o vestido vai de brinde, entendeu? 

Meu nome é Bejanizy e eu sou uma Goiana, já com cidadania sergipana, que já tem 30 anos que eu moro aqui em Sergipe. E eu sou sou formada em História e eu fiz mestrado em Arqueologia.

MAYRA: A Beijanizy se apaixonou pela Arqueologia ainda quando era professora de História no ensino básico e levava os alunos em visitas na Universidade Federal de Sergipe, onde ela acabou fazendo uma segunda graduação e um mestrado em Arqueologia. Depois disso começou a trabalhar com projetos de defesa do Patrimônio. 

BEIJANIZY: Da época que eu estava no IPHAN 

MAYRA: Que é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

BEIJANIZY: Eu comecei a perceber que sem sensibilizar as pessoas antes para a preservação do patrimônio, não tem como se preservar. E foi daí que eu comecei a trabalhar com esse outro tipo de de Divulgação Científica. 

MAYRA: Foi aí que surgiu a Opará Arqueológico, uma loja cheia de produtos artesanais estampados com registros rupestres. 

BEIJANIZY: A palavra Opará significa “rio grande como o mar” em Tupi. Era o nome do rio São Francisco antes da chegada do Américo Vespúcio que colocou esse nome de Rio São Francisco. 

MAYRA: E essa ideia veio não só pela divulgação dessas pinturas e das pesquisas realizadas a partir delas, mas também porque a Beijanizy se incomodava ao perceber tantas pessoas sofrendo com a pobreza numa região tão rica em turismo.

BEIJANIZY: E eu comecei a conversar, principalmente com as mães naquela comunidade: “ Vocês fazem algum tipo de artesanato? Eu comecei a fazer uns projetos nessa área, para que eles tivessem um material para poder vender que tivesse a ver com essas pinturas rupestres. 

MAYRA: Além de ajudar com a renda dessas famílias, esse trabalho tem um segundo impacto. Porque ao trabalhar produzindo essas peças, as pessoas da comunidade também aprendem mais sobre o assunto. 

BEIJANIZY: Tem esse público que tem condição de comprar uma roupa que eu tô vendendo e tem esse outro público que não tem acesso a isso, mas que pode ganhar alguma coisa com isso. E quando eu falo a respeito das comunidades, essas pessoas, se não fosse dessa forma, talvez nunca teriam acesso a essa informação. 

MAYRA: Ela me contou que está planejando uma nova coleção, mas dessa vez a inspiração veio de desenhos em louças e cerâmicas Tupis. Na preparação para o lançamento dessa nova coleção, ela montou uma cartilha com as principais gravuras e um pouco da história de cada uma delas. Para que as pessoas da comunidade que estivessem trabalhando nesse projeto também tivessem acesso a essa informação. 

E esse material também fica disponível depois pra quem compra esses produtos. 

BEIJANIZY: Todos os trabalhos estão lá no meu site para fazer o download. Todas as camisetas, ela vem com explicação sobre o sítio, na camiseta mesmo. E aí a pessoa entrando lá no site aí pode fazer esse download.

MAYRA: E ela não para nesse material disponível, não:

BEIJANIZY: Eu fico com o e-mail dessas pessoas, de todo mundo que compra, né, com e-mail, WhatsApp, para tá mandando mais informação depois. Porque eu já vi que é uma pessoa que se interessa por arqueologia.

MAYRA: Ou seja, se alguém compra, por exemplo, uma camiseta, porque achou a cor, as estampas bonitas, além de andar por aí carregando essa estampa e mostrando pras pessoas esses desenhos, ela também pode contar sobre a história daquele grafismo, onde ele foi encontrado, quando foi feito, qual o contexto. E assim, acaba espalhando um pouco de conhecimento sobre o tema. 

Agora, além do site, a Opará Arqueológico tem uma loja física, e a Beijanizy tava me contando sobre como essa experiência acaba abarcando ainda mais pessoas que podem se interessar pelo assunto. 

BEIJANIZY: Coloquei a palavra arqueologia bem grande, assim, na vitrine. Aí, interessante como os homens, eles vão passando, principalmente os homens, aí vão passando, aí olha, aí daqui a pouco você vê ele voltando para perguntar o que que tem de arqueologia ali, sabe? 

Porque tem gente que não não se interessa muito por isso. Aí você vai pegando ela devagarinho, você vai levando, sabe? É, é como se fosse um ganchozinho, principalmente quando você tá conversando pessoalmente com as pessoas. 

MAYRA: Esse ganchozinho pode ser muito importante pra aproximar as pessoas de um mundo que parece afastado do cotidiano, além de mostrar que a Ciência não é algo frio e sem emoção. Pelo contrário, ela pode despertar nossos afetos de diversas maneiras.

BEIJANIZY: Eu sempre converso com o pessoal da arqueologia: “Gente, tem espaço para todo mundo, cada um na sua região, vamos fazer alguma coisa parecida e assim eu fico brilhando meu olho quando eu falo no meu trabalho porque eu amo fazer isso. Eu amo. Eu não quero fazer outra coisa, sabe? 

MAYRA: Essa fala da Beijanizy me lembrou muito o começo da nossa conversa com a Aline, quando ela falava sobre esses apegos que as roupas podem nos trazer. Então eu trouxe ela de volta pra falar mais um pouquinho com a gente. 

ALINE: Porque assim essa relação com a roupa, ela é muito mais profunda, né? Quando a gente fala: “Ah, eu não ligo para a moda, eu visto qualquer coisa. Não, não é verdade, a gente não veste qualquer coisa, né? É por mais que você OK, você não é um entusiasta da moda de ficar por exemplo. Ah vendo desfile ou indo em lojas e ficar olhando admirando roupas, né. Você sempre tem uma relação que pode ser afetiva, como você tá dizendo, é, ou uma relação com algum tipo de tecido, com algum tipo de estampa, com alguma marca. E isso se reflete através do seu guarda-roupa. 

MAYRA: Parte do trabalho da Aline também é incentivar esse relacionamento mais profundo com as nossas roupas. Ela tem um projeto de restauração e customização de roupas usadas, trazendo mais personalidade e ajudando as pessoas a criar vínculos com essas peças. 

A gente percebe ainda mais a importância disso quando se depara com as notícias sobre o lixo gerado pela indústria da moda, ou com os relatos das condições de trabalho na fabricação dessas peças. Dar novos significados pras peças que usamos é uma forma de contribuir pra redução desse problema. 

E nós terminamos esse episódio por aqui. Você encontra mais sobre o trabalho da Aline na @a.deantonia. E pode comprar os produtos da Doppel pelo instagram @doppel.store (doppel com dois Ps) ou pelo site doppelsotre.com.br e da Opará pelo instagram @opara.arqueologico ou pelo site oparaarqueologico.com (tudo junto e sem acento). Os links estão na descrição do episódio. 

Eu sou a Mayra Trinca e esse episódio foi roteirizado e apresentado por mim. A revisão é da Simone Pallone, coordenadora do Oxigênio. Os trabalhos técnicos são da Elisa Valderano e do Daniel Faria, bolsistas do Serviço de Apoio ao Estudante, da Unicamp.  Lembramos que o Oxigênio é apoiado pela Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. A imagem da capa é da Doppel Store.

Quando estiver procurando as nossas entrevistadas, aproveita e dá uma olhada no site do Oxigênio: oxigenio.comciencia.br. Você pode comentar o que achou do episódio por lá ou pelo Instagram que é @oxigeniopodcast. Estamos no Facebook também. Basta buscar por Podcast Oxigênio. 

E conta pra gente se você também tem aquela camiseta afetiva, com alguma estampa ou mensagem que remetam à ciência. Você pode postar uma foto com sua camiseta, que tal? Esperamos você e até a próxima!

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