A Extensão é um dos três pilares da universidade pública, ao lado do Ensino e da Pesquisa. Embora pouco divulgados, vários projetos de extensão são desenvolvidos todos os anos pelas instituições, estreitando as relações com comunidades vulneráveis, fortalecendo a formação em algumas áreas do conhecimento, promovendo troca de conhecimento entre o público acadêmico e pessoas, organizações, empresas que estão fora da universidade. A resolução do Ministério da Educação que estabeleceu que a partir de 2021 10% das atividades de graduação tenham que ser dedicadas à extensão universitária aumentou o interesse em saber o que é, para que serve e como se faz extensão.
Neste episódio do Oxigênio, a Rebeca Crepaldi e o João Bortolazzo trazem algumas respostas e falam de experiências que podem servir de modelo. As entrevistas do programa foram feitas com a professora Maria Cristina Crispim, da Universidade Federal da Paraíba, a doutoranda Luana Viana, chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto, a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem e com a Vitória Feijó Macedo e com o João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
_______________________
Roteiro
Rebecca: João, você sabe qual é a contribuição da universidade pública para a sociedade?
João: Bom, até onde eu sei, na universidade pública os estudantes têm a oportunidade de adquirir conhecimento e sair capacitados para atuar em diversas profissões, das mais distintas áreas. Eles podem atuar em empresas, indústrias, hospitais, escolas, institutos de pesquisa, agências de comunicação… contribuindo de muitas formas para o desenvolvimento e geração de bem-estar e riquezas para o país.
Rebecca: Isso mesmo! Você está falando sobre o “ensino”, que é um dos pilares da universidade pública. Mas a universidade pública é composta por mais dois pilares: a pesquisa científica, que é a precursora do desenvolvimento do país, provendo tecnologias, patentes e estratégias, que vão desde a descoberta de um medicamento até a elaboração de planos de inclusão social; e a extensão, que através do trabalho prático dos alunos com professores e funcionários, presta serviços para a população em geral, oferece cursos e mais uma ampla gama de atividades.
João: Eu sou o João Bortolazzo.
Rebecca: Eu sou a Rebecca Crepaldi.
João: E, no episódio de hoje, nós vamos falar sobre a importância da extensão universitária, para o que ela serve, quem faz e quem participa dessas ações.
Rebecca: Para tratar desse tema, entrevistamos os alunos Vitória Feijó Macedo e João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; também conversamos com a Professora Maria Cristina Crispim, do projeto de extensão “Fossas Ecológicas”, da Universidade Federal da Paraíba. Além disso, falamos com a doutoranda Luana Viana, que é chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto e coordenadora do projeto “Pequenos Ouvintes”; por fim, conversamos com a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, responsável pelo “Cursinho Popular da Universidade Federal do Tocantins”.
João: Segundo o Artigo 206, parágrafo segundo, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Já no Artigo 207, a Constituição define que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e” que “obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
Rebecca: Em outras palavras, isso significa que a universidade deve ensinar, realizar pesquisas em todas as áreas do conhecimento e estender para a população o produto dessas ações, mantendo o interesse público e coletivo como característica principal. As universidades são ambientes de troca entre a comunidade interna, que inclui docentes, funcionários e alunos, com a comunidade externa, formada pela população em geral.
João: Essas trocas acontecem pela prestação de serviços gratuitos ou a baixo custo em saúde, lazer, cultura, educação, entre outras áreas. E também nas relações com o setor privado, por exemplo, em parcerias com a indústria, no desenvolvimento de alguma tecnologia, ou no licenciamento de uma patente criada por pesquisadores… A extensão engloba, ainda, parcerias com governos, principalmente locais, mas também em nível estadual e federal. Você sabia, Rebecca, que o programa Bolsa Família foi criado na Unicamp, pela pesquisadora Ana Fonseca, do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas?
Rebecca: Puxa, que legal! É sobre isso. Além da prestação de serviços, das parcerias com comunidades, governos, empresas, e outros setores da sociedade, os projetos também servem para os alunos colocarem em prática o que aprendem durante a graduação e pós também, ampliando sua visão de mundo e também sua rede de contatos.
João: Pois é, Rebecca. E você sabia que atuar na extensão antes era uma opção para os alunos, mas a partir de agora é obrigação? Em 2018, o Plano Nacional de Educação definiu que as atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil, dos cursos de graduação. Essa determinação, após um adiamento, se tornou obrigatória a partir de 2021. E sendo assim, as instituições, os docentes e os próprios alunos, precisam ampliar a oferta de parcerias com diferentes setores da sociedade para permitir que a exigência seja cumprida. Os alunos podem ganhar muito com isso e por outro lado, a sociedade também. Afinal, serão mais oportunidades de ampliar os vínculos com a universidade, beneficiando a todos.
Rebecca: E é por esses motivos que, hoje, mais do que nunca, é fundamental entendermos o papel da extensão universitária na vida dos graduandos e também na sociedade. Para isso vamos ilustrar alguns tipos de experiências de extensão, começando pela nossa conversa com a professora Maria Cristina Crispim, coordenadora do projeto “Fossas Ecológicas”, da Universidade Federal da Paraíba.
João: O projeto “Fossas Ecológicas” surgiu visando a construção de fossas de tratamento de esgoto para promover a despoluição dos rios na região próxima à Universidade Federal da Paraíba. Como consequência, vem melhorando a qualidade de vida da população e trazendo muitos benefícios para além do saneamento. Batendo um papo com a professora, ela explicou melhor pra gente qual é a trajetória do projeto.
Cristina: A gente busca melhorar a qualidade de água dos rios. E a gente viu que um dos maiores problemas dos rios é a entrada de esgoto não tratado, esgoto doméstico. A gente tem muito esgoto a céu aberto. Então, em consequência disso, nossos rios, eles estão poluídos, são esgotos a céu aberto, têm mau cheiro, têm muito pouco peixe, enfim. E aí, nosso objetivo é reduzir essa quantidade de poluição que chega nos rios. E uma das formas que a gente viu de fazer isso a baixo custo era a gente reter esses nutrientes fazendo o tratamento do esgoto em cada domicílio. Então, ao invés da gente tá coletando esgoto, levando esgoto para uma estação de tratamento de esgoto, não fazendo o tratamento adequado, a gente propõe o que já é proposto pela permacultura, que é a construção das fossas ecológicas. E aí, a gente resolveu fazer esse projeto de extensão porque acha que levando esse conhecimento às pessoas, principalmente a quem mora na beira dos rios, a gente consegue melhorar o rio que não recebe esgoto, mas melhorar muito a vida das pessoas e a qualidade de vida, porque o esgoto que escorre a céu aberto, ele é ruim para tudo, né? A qualidade de vida é ruim, a saúde fica ruim.
João: Sobre um panorama geral, existem vários tipos de fossas, como a fossa séptica, fossa seca e sumidouro, que apesar de possibilitarem o tratamento do esgoto, não garantem que, durante sua manutenção, não haja riscos de poluição, tanto do local da fossa quanto do local de despejo. O que o projeto Ecofossas propõe de inovador é que sejam construídas fossas sustentáveis, desde a captação até a transformação dos resíduos, resolvendo o problema de destinação de dejetos líquidos e sólidos humanos, e viabilizando a recuperação do entorno de onde ela é implantada.
Essas fossas, ao fazerem o tratamento do esgoto diretamente no local, evitam que as chamadas “águas cinzas” sejam despejadas em rios, diminuindo a quantidade de moscas, mosquitos e outros vetores de doenças de transmissão hídrica. Além disso, elas permitem o reuso da água através da irrigação das bananeiras plantadas ao redor. Por fim, as fossas não enchem e nem geram resíduos, solucionando a necessidade de manutenção de limpeza.
Cristina: Com o auxílio dessas fossas e o tratamento por biorremediação no Rio do Cabelo, a gente conseguiu transformar uma água que as nascentes desse rio são esgotos, né? Esgotos Presídios Mangabeira, esgotos dos condomínios fechados que são lançados na segunda nascente do rio, a água ficou transparente. O mangue nasceu na praia. Aumentou em nove espécies de peixe. Tinha seis espécies de peixe, passou a ter quinze. Então, tratamentos muito simples e muito baratos trazem um grande retorno tanto em questões sociais quanto ambientais. Então, daí a importância da extensão, né? Que objetiva levar esses conhecimentos que têm na academia, para que as pessoas que realmente podem aplicar esses conhecimentos apliquem e com isso melhorem a qualidade ambiental e a qualidade de vida.
João: Cristina também comentou que o projeto avalia a água de poços nas casas onde as fossas são construídas. Segundo a bióloga, em um poço fundo com 30 metros e um raso com 12 metros, antes da construção das fossas, havia uma grande quantidade de nitrato, de fosfato de amônia e de nitrito. Um ano depois da construção do dispositivo, essa quantidade de poluentes encontrados na água diminuiu consideravelmente. Isso foi um resultado positivo, pois o nitrito não é tóxico, mas quando ingerido se transforma em uma substância cancerígena.
Cristina: Então se a gente conseguir reduzir a quantidade de nitrato que tem na água do lençol freático, a água subterrânea, a água de consumo através dos poços também melhora muito para a saúde. Então, com isso a gente tá, não só melhorando a água do rio, mas também melhorando a quantidade de água no lençol freático que é utilizada nos poços, que as pessoas têm em casa. Então, assim, o efeito em cascata que tudo isso tem é muito grande. Basta, as pessoas quererem fazer, porque o custo é muito baixo. Então, uma fossa normal, que custa cerca de mil, mil e duzentos reais, a gente faz com 500 reais, 600. Então, é quase metade do preço de uma fossa convencional e é muito mais funcional. Além de não poluir o ambiente, ele produz alimentos em cima, a água evapora para atmosfera, a fossa não enche, é muito bom. Eu sou apaixonada por essas fossas também. Então, em dois três dias você tem sua fossa pronta. E aí planta a bananeira e podes plantar a horta a couve o tomate a alface, o que você quiser que não vai ter contaminação.
João: As fossas ecológicas são um bom exemplo de sustentabilidade, já que são um sistema que, além de não gastar recursos naturais, ainda os protege. Contudo, ele enfrenta um problema: a falta de recursos. Perguntei à professora como o projeto é mantido.
Cristina: Não tem verba. A única verba que tem é uma bolsa que dão pros alunos e esse ano, infelizmente, nem bolsa consegui. Então, a gente trabalha muito na boa vontade. Os alunos, com essa questão do apoio, né, que eles eles dão, principalmente essa questão das mídias, e as pessoas é que bancam o material que tem que comprar, bancam a construção que tem que fazer e isso acaba sendo mais individualizado mesmo. Esse ano foi muito triste porque eles querem que haja integração entre a pesquisa, a extensão e a educação. E como eu não escrevi que vai ter essa integração, eles consideraram que não tinha, apesar de eu colocar no texto que o projeto ele analisa a água dos poços dessas pessoas antes e depois de fazer a construção das fossas. Então, isso é pesquisa. E a gente tá fazendo um processo de educação com essas pessoas. Isso é educação. E a gente tá levando tudo isso a essas pessoas. Isso é extensão. E aí, alguns avaliadores colocaram zero nessa avaliação e isso fez com que baixasse a nota do projeto. Então eu fui aprovada, mas eu não consegui bolsa. E é triste, né? Porque é muito importante a presença do aluno bolsista. E eu to com quase vinte alunos, para você ter uma noção, todos voluntários. Essas bolsas são pros alunos. Então, eu ainda fico mais triste por isso, né? Porque os alunos realmente precisam desse incentivo.
João: Mesmo sem financiamento e sem a bolsa, Cristina enfatizou que os alunos continuam participando do projeto e auxiliaram bastante durante a pandemia, principalmente com as redes sociais, o que fez o Ecofossas ganhar um alcance que antes não tinha, quando trabalhava apenas no presencial, longe das redes. Com isso, outros estados, como Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco, tomaram conhecimento do projeto e pediram auxílio para implementarem as fossas. Assim, foi construído um novo modelo de trabalho, sob orientação à distância. De acordo com Cristina, a pessoa registra fotografias do local e a equipe vai auxiliando na construção, no dimensionamento, e também no esclarecimento de dúvidas. E o projeto está tendo tanto sucesso que os planos futuros envolvem levar o Ecofossas para África e também transformar em um sistema de tratamento de esgoto em bairros.
Cristina: Eu tenho um aluno de doutorado que tá tentando levar o projeto para a terra dele, que é Guiné-Bissau. Então, a gente tá com essa perspectiva de poder ajudar, com as nossas orientações, também pessoas de outros países, né? Na África, no caso. A gente pode adaptar essas fossas em relação à dimensão, então depende do número de pessoas da casa. A gente pode dimensionar para um condomínio, a gente pode dimensionar para um prédio, a gente pode fazer as fossas adaptadas ao tamanho que for necessário. E a gente tem até um projeto de fazer essas fossas ecológicas, que é uma adaptação que a gente fez, e até já gerou, vai gerar uma patente. De fazer várias casas num sistema de tratamento desses. E aí, a gente consegue, por exemplo, é, tratar 600 casas, 1.000 casas, ou seja, posso tratar um bairro inteiro. E a gente faz esse tratamento e, em cima dessa fossa, a gente pode fazer ou uma horta comunitária ou um jardim, porque além das bananeiras a gente pode usar as plantas helicônias, treliças, as paqueviras, que são plantas que dão flores lindíssimas e a gente pode incluir isso no paisagismo da cidade. Então, imagine que no final de cada rua a gente tivesse uma fossa dessas que fosse uma horta comunitária para aquela rua. Então, tudo isso é possível. E a gente também resolveria o problema de saúde, resolveria o problema de qualidade ambiental, né? Melhoraria a qualidade de água dos rios, tudo isso em simultâneo.
Rebecca: É incrível como um projeto pode ser tão plural, né? Despoluição de rios, garantia de saneamento básico, diminuição de doenças de transmissão hídrica… até segurança alimentar as fossas ecológicas oferecem! Mudar realidades para melhor, acho que eu resumiria esse projeto dessa forma. Contudo, como nem tudo é perfeito um dos desafios é a falta de divulgação desses projetos. Como a Cristina citou, as comunidades beneficiadas foram comunidades ao redor da Universidade Federal da Paraíba ou comunidades indicadas por conhecidos de outros estados. Então meio que a divulgação funciona pela rede de contatos, né? Mas um projeto dessa conjuntura, assim como muitos outros que existem, deveriam ter uma divulgação mais ampla e eficaz.
João: Concordo com você, Rebecca. Eu não tenho e acho que mesmo a comunidade interna das universidades, tanto no estado de São Paulo quanto em outros estados do país, não tem conhecimento sobre os projetos que estão em andamento. Não tem uma plataforma com essa informação centralizada. Para encontrar mais informação sobre qualquer projeto, precisamos, primeiro, encontrar o site ou até mesmo as mídias sociais do projeto, para saber como ele funciona. Algumas universidades disponibilizam informação em sites das pró-reitorias de Extensão, mas muitos projetos não aparecem porque não passam por essas instâncias.
Rebecca: Pra falar sobre essa dificuldade no acesso à informação sobre os projetos de extensão, falamos com a doutoranda Luana Viana, que é chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto e coordenadora do projeto “Pequenos Ouvintes”.
Luana: Sobre os projetos de extensão, é importante a gente ter em mente que eles devem buscar soluções para determinados problemas existentes na sociedade. E como que eles podem se estruturar? A gente pode encontrar esses projetos através de ações de conscientização, capacitação, difusão de informação de tecnologia, cultura, consultorias, enfim, a gente tem uma grande variedade aí de formas com as quais os projetos de extensão podem se apresentar, visando solucionar ou, pelo menos, amenizar os problemas sociais. Os projetos de extensão são uma forma de ampliar a relação entre a universidade e a sociedade, e esse relacionamento, como todo relacionamento, consiste numa via de mão dupla. Então, a ideia é que a Universidade devolva para a sociedade o investimento que ela recebe.
Rebecca: É muito bom saber que o dinheiro investido na universidade através de impostos retornam para a população de forma tão diversa. A extensão não tem finalidade assistencialista. Ela visa o desenvolvimento de populações desfavorecidas, mas também atende outros segmentos da sociedade.
Luana: Cada projeto vai atender especificamente um determinado grupo. A gente tem alguns que são mais amplos, que vão atender um número maior de pessoas, mas a gente também tem projetos mais específicos, que vão atuar em segmentos da sociedade. Como exemplo, eu coordeno lá na UFOP o “Pequenos Ouvintes”, que é um projeto de radiojornalismo voltado para crianças. A nossa ideia é fazer, incentivar as crianças o hábito de consumir a linguagem radiofônica, a linguagem sonora, né? E aí esse projeto também é voltado para as crianças, para os pais e para educadores que queiram usar nosso material em sala de aula. Então neste caso, o nosso grupo, ele é mais voltado para um público infantil, para essa faixa de idade das crianças que estão conhecendo, começando a conhecer as coisas, curiosos para aprender determinadas e determinados temas e assuntos. Então a gente tem esses casos, projetos mais amplos e projetos mais específicos.
Rebecca: O “Pequenos Ouvintes” é totalmente gratuito, assim como grande parte da extensão, já que é uma forma de devolver à população o investimento que é feito na universidade. Quando não são, eles tendem a ter um baixo custo ou um preço simbólico para arcar com algum material necessário. Isso é positivo pois garante que todos tenham a oportunidade de se beneficiar dos projetos. Contudo, a falta de conhecimento da sociedade em relação à existência desses projetos ainda é um desafio a ser enfrentado que está intimamente ligado à divulgação.
Luana: Geralmente os projetos de extensão eles desenvolvem uma divulgação autônoma. O que significa isso? Que eles estão sim atrelados às universidades, mas eles mesmos gerenciam suas páginas em redes sociais, ou a manutenção de sites próprios ou outras formas de divulgação. Então, isso acaba causando uma dificuldade para que o público conheça todas as ações que são desenvolvidas, né? Naquela cidade, naquela universidade, naquele local. Já que essas informações, muitas vezes, são descentralizadas. Então, eu acredito, assim, que o ideal é que a gente que o projeto vá até as pessoas, né? E não que as pessoas tenham que ficar buscando por eles. Então, assim, eu acho que a ideia seria a gente centralizar de alguma forma. De maneira geral, eu percebo que as próprias universidades têm dificuldade de quantificar os projetos e as suas atividades, né? Porque a gente tem projetos que são diretamente financiados através de bolsas ou de outros editais de incentivo, mas a gente tem muito projeto também que é composto por equipes voluntárias, então acaba que, às vezes, até a própria universidade tem uma dificuldade de falar quantos projetos tem em andamento ali. Então, eu acredito que assim, seria importante a tentativa de unificar essas informações, né? Como eu comecei a falar anteriormente… em um único lugar. Então eu acho que precisa sim de um investimento maior aí para a gente centralizar essas informações. Agora, talvez, através de um aplicativo de algum site, ou impressão e distribuição de cartilhas, contendo informações desses projetos. Mas uma coisa que eu acho que é importante ressaltar, como eu também já tinha comentado, cada projeto possui um público muito específico, e essas características que vão compor a identidade desse grupo, elas não podem ser deixadas de lado nas estratégias de divulgação. Então assim, a ideia é que tenha, sim, um canal que centralize essas informações, mas que também haja estratégias específicas voltadas para cada grupo.
João: A Luana pontuou algo importante: devido aos projetos terem públicos específicos, não seria ideal ter a divulgação deles em um único lugar, precisam ser amplamente divulgados. Mas é fundamental que haja uma centralização dessa informação sobre eles, para que seja mais fácil localizar e até mesmo quantificar e conhecer esses projetos. Imagino que isso poderia ser feito em cada universidade, em cada estado ou até mesmo em um servidor nacional.
Rebecca: Eu concordo! Imagina se tivéssemos um aplicativo, em que a pessoa pudesse filtrar por região e, depois, por tipo de serviço? Por exemplo, se eu quisesse aprender algum esporte, eu posso baixar o aplicativo, colocar minha região, preencho alguns dados como minha idade e interesses, e aí a plataforma seleciona os projetos de extensão universitária associados àquela busca. Sonhar é bom, né (risada)?!
João: Nossa, seria muito legal! Mas não é todo mundo que tem acesso à internet ou que sabe como usar um aplicativo. Então, é importante que essa divulgação aconteça de uma forma que consiga atingir a todos. E voltando a falar dos tipos de projeto, no próximo bloco iremos apresentar as empresas juniores, uma parte da extensão que fomenta o empreendedorismo universitário!
Como vimos no primeiro bloco do episódio, o projeto “Fossas Ecológicas” chega com uma proposta multidisciplinar focada na preocupação com o meio ambiente, ao evitar que os esgotos sejam despejados nos rios, mas também tem um foco social, ao ter como consequência o oferecimento de saneamento básico para comunidades locais.
Mas a extensão universitária se reflete nas mais variadas formas e, agora, nós vamos falar das empresas juniores, que fazem parte do Movimento Empresa Júnior, ou MEJ, como é conhecido informalmente. Esse movimento surgiu na França, em 1967, mas chegou no Brasil em 1986, com a missão de formar, por meio da vivência empresarial, lideranças comprometidas e capazes de transformar a sociedade.
Rebecca: As empresas juniores estão ligadas a cursos do Ensino Superior no Brasil e funcionam com a mesma dinâmica das empresas seniores, mas com um diferencial: a oferta de serviços a baixo custo em relação ao mercado. Isso porque elas são formadas por estudantes que estão em busca do aprendizado prático do que veem em sala de aula. As empresas juniores funcionam como um laboratório para os graduandos, que são supervisionados por docentes.
No Brasil, desde 2010, o movimento já injetou mais de 70 milhões na economia brasileira, que foram integralmente reinvestidos na educação empreendedora dos próprios estudantes. Atualmente, há cerca de 1.400 empresas juniores, vinculadas a 260 universidades, com mais de 26 mil empresários juniores que já realizaram, aproximadamente, 34 mil projetos.
João: Para ilustrar todo esse potencial, conversamos com a Vitória Feijó Macedo e com o João Gabriel Pimentel, que contaram um pouquinho sobre como funciona a EPR Consultoria, a Empresa Júnior de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Segundo os estudantes, as empresas juniores oferecem um preço social para quem quer contratar os serviços, pelo fato desses serviços serem realizados por estudantes, ainda não formados. O principal objetivo da empresa júnior é promover a prática do que é aprendido na teoria.
João Gabriel: É realmente esse problema que todo universitário passa que é: “Como eu vou conseguir experiência para entrar no mercado de trabalho?” e tal. Eu estou aprendendo tudo durante a faculdade, mas quando eu vou pro mercado de trabalho, me exigem experiência. Algo até mais que o estágio apenas. E eu acho que o MEJ encontrou a solução perfeita pra isso, que é realmente a empresa júnior, que é algo muito bem visto no mercado e que te oferece oportunidades de atuar como empresas seniores atuam. Então, fazer projetos, se capacitar, e realmente se desenvolver de uma forma muito grande.
Vitória: A ideia das empresas juniores é a gente prestar serviços que a nossa área de atuação já oferece no mercado afora, mas ainda dentro da universidade. Então, a gente geralmente desenvolve trabalhos que pessoas formadas fariam, por exemplo, mas enquanto estudantes, né? Já aplicando desde o começo do curso e claro com um preço muito abaixo do mercado. Exatamente por sermos de uma empresa que ainda está vinculada à universidade e por ainda sermos estudantes. Mas, de qualquer forma, é uma empresa de 33 pessoas que funciona como qualquer outra. Então, a gente acaba aprendendo muito, desde a parte da gestão interna, que é a gente que tem que comandar, quanto, também, as funções da engenharia de produção. Que às vezes é algo que a gente não vê tanto dentro da universidade.
João: Ou seja, como diz a Vitória, é um jeito de vincular o conhecimento acadêmico com a prática empreendedora. E é uma forma desses alunos ajudarem empresas, sejam pequenas, médias e, também, as grandes. Oferecem um trabalho qualificado a um custo mais baixo, e ao mesmo tempo preparam o estudante para o mercado. É uma relação de ganho mútuo.
E sobre a EPR Consultoria especificamente, como uma empresa júnior prestadora de serviços de engenharia de produção, ela atua nas mais diversas áreas, com o objetivo de otimizar os processos industriais ou empresariais, poupando tempo e recursos.
Vitória: Então, a gente trabalha com a produção enxuta, né? Uma mentalidade de sempre tentar atuar com o menor recurso possível, de forma mais otimizada, de forma que realmente seja menos custosa e com maior qualidade possível. Quanto tempo duram aqueles processos, como aqueles processos podem ser mais rápidos na indústria, por exemplo, às vezes pensar num layout diferente, como melhor posicionar as máquinas ou alguns materiais, pros colaboradores se deslocarem menos, os caminhões nas fábricas se deslocarem menos.
João: E os estudantes contaram pra gente sobre um caso de sucesso em que essa metodologia foi aplicada. A equipe digitalizou os cadastros de vacinas de um posto de saúde, otimizando o processo de vacinação.
João Gabriel: Eu acho que é bem importante essa parte social, principalmente para as empresas júnior se preocuparem, e esse projeto ele ocorreu no começo de março, a gente começou a execução deles, e era um contexto de superlotação de hospitais na segunda onda do covid que tava surgindo ali, após fevereiro, também tinha a questão da vacina da gripe que acaba tendo outra vacinação junto com a vacina do COVID. E a gente percebeu que muitos centros de saúde, de todas as cidades, acabava que não conseguem gerenciar todos os cadastros, porque eram muitos pacientes, eram muitas vacinas a serem dadas, então, a gente, junto com o centro de saúde, começou a desenvolver um projeto pra facilitar a vacinação pra otimizar esse processo de vacinação que estava sendo tão demorado. E um dos desafios que a gente percebeu dentro desse centro de saúde era a questão do cadastro de novos pacientes, porque era tudo feito muito manualmente.
João: O João Gabriel contou que como o processo era todo manual, ocorria duplicação dos cadastros ou ficavam desatualizados em relação à segunda dose da vacina contra a COVID. Era também muito demorado para analisar a situação de cada paciente. E a EPR resolveu o problema automatizando, de maneira simples, esse cadastro.
João Gabriel: Existe um software do excel, que eu acredito que vocês conheçam, e dentro do excel existe uma linguagem chamada VBA, que é uma linguagem de programação, e com essa linguagem de programação nós conseguimos deixar o excel bem mais dinâmico, assim, e bem mais fácil de se utilizar. A gente consegue criar, realmente, sistemas dentro do excel, plataformas que facilitam o cadastro do banco de dados, ou então uma alteração desse banco de dados e deixa isso muito mais automático. Então, o que a gente ofereceu é basicamente uma ferramenta em excel que automatiza todo esse processo.
João: De acordo com Vitória e João Gabriel, após a entrega do software, a equipe do posto de saúde conseguiu criar ou atualizar um cadastro em poucos minutos. Essa digitalização e automatização fez com eles conseguissem acompanhar os cadastros de forma mais acessível, por causa do layout desenvolvido que facilitava a visualização dos dados. Isso deixou os processos mais rápidos e, como consequência, facilitou a própria vacinação. Para conhecer mais do projeto, é só seguir a EPR lá no instagram através do @eprconsultoria.
Rebecca: Todos esses exemplos de extensão são fenomenais, pois mostram a importância da Universidade Pública. Mas, João, vou fazer um questionamento: será que essa possibilidade de ingressar na universidade e viver tudo isso é para todos mesmo? Nós vimos veicular recentemente o comentário do atual Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que a universidade deveria ser para poucos. Lamentável, visto que a nossa Constituição prevê a garantia de educação como um direito de todos.
Pensando nisso, de garantir o acesso ao ensino superior, os cursinhos populares ligados às universidades fazem um trabalho sensacional. Para falar mais sobre eles, entrevistamos a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, responsável pelo Programa de Acesso Democrático à Universidade, ou PADU, da Universidade Federal do Tocantins.
Maria Santana: O objetivo desse programa é estabelecer a igualdade de acesso e oportunidade de egresso de escolas públicas, indígenas, quilombolas, minimizando as consequências históricas de exclusão social e educacional deste segmento da sociedade atuando de forma política, né? O PADU, que é esse programa, o público dele são os egressos de ensino médio, né? Da rede pública básica de ensino em condições de vulnerabilidade, né? De preferência vulnerabilidade social, negro, né? Em comunidades tradicionais, tocantinenses que são os quilombolas indígenas, buscando assim alternativas para democratizar o acesso e também a permanência desses segmentos na nossa universidade. Mas o objetivo do Padu ele não é só a entrada na universidade, nós temos também uma um trabalho com esses egressos que não são só estudantes na idade do ensino médio, mas também de pessoas que tão querendo concursos, pessoas que não tem condições financeiras de estar no cursinho, então eles também podem participar sem ter um objetivo de entrar na universidade, né? Então, por isso que a gente também leva pra essa essa lógica da formação, né?
Rebecca: Maria comentou que há muitos muitos relatos de alunos que conseguiram melhorar a posição em concursos devido ao PADU e que isso é muito gratificante para eles, pois o concurso, naquela região, é visto como uma das poucas possibilidades de melhora de qualidade de vida. Então há essas três vertentes: o concurso, a matriz ENEM e o próprio vestibular para entrar na Federal do Tocantins. Ao todo, desde que o cursinho foi criado, em 2015, mais de 3 mil alunos já passaram por lá. E quem ensina esses alunos, são os próprios estudantes de graduação da Universidade, que entram como bolsistas para ministrar as disciplinas. O cursinho está presente em cinco municípios, onde os campi da Universidade se encontram, e cada um desses locais possuem metodologias e logísticas adaptadas para cada realidade.
Maria Santana: Então tem uma uma matriz já definida, porém a maneira de ministrar os conteúdos depende de cada coordenação, que faz a estrutura, a articulação metodológica desse trabalho com os estudantes, porque nós temos casos, por exemplo, de cidade que os estudantes trabalham o dia inteiro. Quando eu falo estudante, é do PADU, que trabalha o dia inteiro e a noite ele vai pro PADU, então tem que ter uma outra lógica de trabalho com esses alunos. Tudo é gratuito, a gente não trabalha com cobrança nenhuma, até porque o objetivo do Padu, por ser uma universidade pública, ele é totalmente gratuito, né? Assim como o ensino aqui dentro da instituição.
Rebecca: Eu perguntei à Maria Santana onde são realizadas as aulas, se elas ocorrem dentro do próprio campus, ou se há algum espaço cedido pelo governo.
Maria: Geralmente a gente usa espaços disponíveis, então tem lugar que é no campus, na estrutura da universidade, tem lugar que é na estrutura do estado, na escola estadual, tem lugar, por exemplo, Palmas, nós tivemos em dois lugares na região sul e na região norte, então a gente ocupava aí uma escola de ensino estadual e outra escola do município, né? E aí os estudantes se inscrevem, a gente bota carro de som na comunidade, coloca na página, coloca na TV, geralmente tem muita entrevista na TV nossa aqui, local, eles chamam para dar entrevista, por que é gratuito, né? E não tem vaga para tanta gente, entendeu? Para as pessoas, porque o pessoal tem muito interesse e por ser estudantes da UFT, que são bolsistas, né? Então os estudantes ficam muito à vontade para participar, porque sabem que os meninos são bons. São meninos selecionados mesmo com um currículo bom, um histórico bacana, né? Então, a gente geralmente trabalha com alunos da graduação que tem um bom histórico, que tem boas notas.
Rebecca: Apesar da grande procura da comunidade, segundo a pró-reitora, alguns alunos acabam desistindo durante o semestre, por morarem distantes ou outros motivos. Para contornar essa situação, o PADU oferece muitos incentivos.
Maria Santana: Geralmente tem simulado, a gente dá brinde aqui pela Proex, para ver se motiva o pessoal a não faltar “ó, se você não faltar essa semana, na próxima semana vai ter isso, isso e isso né?” Então tem gincanas para deixar o pessoal com mais motivação. Então tem mulheres com crianças, que levam crianças para dentro da sala, né? Então tem tudo isso.
Rebecca: Ainda falando sobre obstáculos, Maria contou que há um outro desafio: alcançar os estudantes das tribos indígenas e quilombolas. Em 2015, no mesmo ano que surgiu o PADU, a Universidade criou o PADIC: Programa de Acesso Democrático de Indígenas e Quilombolas. Ele veio com a mesma proposta do PADU, mas com duas diferenças: o público e o local. Neste caso, as aulas eram ministradas nas próprias comunidades. E por conta disso, precisou ser paralisado, já que carecia de recursos financeiros, para transporte, alimentação, entre outras coisas.
Maria Santana: De certa maneira o PADIC ele não tem funcionado hoje, por conta, especificamente, para indígenas e quilombolas, por conta do difícil acesso e falta de recurso financeiro mesmo, porque é muito mais recurso do que o próprio PADU, porque dentro do PADIC, que o objetivo é a formação e o acesso das cidades que estão lá nas comunidades deles, tanto a indígena quanto quilombola, eles ingressarem na minha universidade. Então lá nós teríamos que ter a questão da alimentação, né? Os professores deveriam estar indo para lá pra poder fazer a formação. Então, o recurso financeiro, ele tende a ser maior. Então a gente não tá fazendo esse projeto, o PADIC, por conta disso, mas no PADU nós temos vários estudantes que são de ensino médio, que são de comunidades tradicionais e que participam e por isso eles entram na universidade também a partir do PADU. Então o PADIC está paralisado por falta de dinheiro.
Rebecca: As aulas normalmente acontecem de abril a novembro. Contudo, por conta da pandemia, que começou em março de 2020, todo o cronograma e a metodologia foram alterados. No ano passado, a Universidade fez parceria com a Secretaria de Educação do Estado para poder passar o conteúdo a distância. Além das lives, eles apostaram bastante nas rádios, já que muitas pessoas não têm acesso à internet. Além disso, imprimiram material impresso e levaram até os estudantes em situação de vulnerabilidade. Neste ano de 2021, além da pandemia, também houve o atraso das verbas do Governo Federal.
Maria Santana: Esse ano foi bem atípico, nós tivemos o problema da pandemia, claro, né? Que foi um dos problemas, mas também teve um problema no orçamento do Governo Federal. O orçamento foi aprovado no mês de maio, em junho. Então, com o orçamento aprovado em junho não teve condição da gente fazer a seleção dos estudantes para serem bolsistas. Os alunos que foram pagos em bolsas, por exemplo, no mês de abril foram com restos a pagar que a gente tinha, entendeu? Então com o recurso desse ano agora, só foi possível a partir de agosto. Então as bolsas, todas elas, PIBIC, estão começando agora mesmo, julho para frente, entendeu? Então esse ano o orçamento da união teve esse problema de aprovação, né?
Rebecca: Por conta desse atraso, as inscrições para o cursinho abrirão agora, em setembro. E quem tiver interessado, deve ficar de olho no site da Universidade, através do link uft.edu.br/proex, ou no Instagram, pelo @proex_uft. Todos esses endereços você pode encontrar na descrição do episódio, lá no site do Oxigênio.
João: Depois de falar sobre tantas experiências interessantes, acho que conseguimos dar uma ideia sobre a relevância da extensão universitária. Ela fortalece os vínculos da universidade com a sociedade e proporciona ganhos para os estudantes, em termos de aprendizado.
Rebecca: É verdade, João. Essas ações propiciam uma grande troca de experiências, com resultados positivos para todos os participantes. São uma forma de engajar estudantes, docentes, funcionários e sociedade em geral em ações muitas vezes inter e transdisciplinares, e que reforçam a articulação entre os diferentes saberes, acadêmico, popular e empresarial. Enfim, as possibilidades são muito amplas.
João: E assim terminamos esse episódio do Oxigênio, que foi apresentado por mim, João Bortolazzo e pela Rebecca Crepaldi. A revisão do roteiro foi feita pela Simone Pallone, do Labjor/Unicamp. Os trabalhos técnicos são do Gustavo Campos, também do Labjor e do Octávio Augusto, da rádio Unicamp.
Rebecca: As trilhas usadas no episódio são de YouTube Audio Library.
João: Você também pode nos acompanhar nas redes sociais. Estamos no Facebook, (facebook.com/oxigenionoticias – tudo junto e sem acento), no Instagram e no Twitter, basta procurar por “Oxigênio Podcast”.
Rebecca: E você pode deixar a sua opinião sobre este programa comentando na plataforma de streaming que utiliza. Até o próximo episódio!